Santa Hildegarda é uma santa de origem alemã ainda pouco conhecida em Portugal mas esperamos que a cada dia se torne mais conhecida.
Foi canonizada pelo papa Bento XVI em 10 de Maio de 2012 sendo a celebração católica comemorada a 17 de Setembro. No outono do mesmo ano foi declarada Doutora da Igreja Católica.
Nasceu em casa em Bemersheim (Alemanha), não muito longe de Mainz, no ano de 1098. Morreu no mosteiro de St Rupert, situado na colina de Rupertsberg, perto do Reno, não muito longe da cidade de Bingen, em 1179.
Hildegarda foi uma criança doente e fraca e recebeu em sua casa apenas uma educação elementar. Os seus pais, que eram muito religiosos, ofereceram-na para o serviço de Deus. Com a idade de oito anos ela foi confiada aos cuidados de Jutta von Sponheim, sua prima, que vivia em isolamento como freira num anexo feminino do Mosteiro de S. Disibodo (Disibodenberg), na Diocese de Speyer (Alemanha). Hildegarda não recebeu muita instrução. Ensinaram-lhe a ler, escrever e cantar os Salmos em latim, o suficiente para ser capaz de participar na recitação do ofício divino. Anos mais tarde, quando já tinha sido eleita como abadessa da Comunidade beneditina, funda um novo convento independente de seus irmãos beneditinos, por mandato divino, como lhe havia sido revelado numa das suas visões. Ela escolheu uma colina na margem esquerda do Reno, a cerca de 24 km do Mosteiro de S. Disibodo de Rupertsberg perto de Bingen. Contando com a ajuda da sua família, superando muitos obstáculos e com as autorizações necessárias, estabeleceu-se no seu novo mosteiro com dezoito irmãs por volta do ano 1150.
Dez anos antes ela já tinha recebido o mandamento para escrever e divulgar o que vira e ouvira. Ela resistiu, temendo o que poderiam pensar ou dizer. Mas a voz interior não parava de a impelir até que ela lhe obedeceu. No ano de 1141, Hildegarda começou a escrever a sua principal obra, Scivias (Scire vías Domini ó Vías lucís, "conhece os caminhos").
Algumas partes do Scivias foram apresentados ao bispo e ao clero de Mainz, que os declarou como vindos de Deus. Hildegarda também recorreu a S. Bernardo de Claraval para que a aconselhasse. Ela não só recebeu a aprovação deste Santo monge mas também do Papa Eugenio III, no Sínodo de Trier em 1147-1148 com o relatório favorável de uma Comissão de teólogos e Bispos, qe determinou: "as suas obras estão em conformidade com a fé e são como um dos antigos profetas" e escreveu a Hildegard incentivando-a a continuar o trabalho e autorizou a sua publicação. A partir daí escreveu muitas obras, tanto teológicas como sobre o ser humano, natureza, doenças e a sua cura, sem deixar as suas obrigações como abadessa de dois mosteiros, bem como a correspondência com nobres, reis e sacerdotes, e as suas viagens para pregar por diversas áreas da Alemanha mesmo já com uma idade muito avançada.
Hildegarda era já muito venerada em vida e também após a sua morte. Tal era o afluxo de peregrinos ao seu túmulo pedindo muitos milagres e cujos milagres foram realizados por sua intercessão que o o Bispo de Mainz, logo após sua morte, foi ao seu túmulo e proibiu-o invocando a santa obediência. Passaram mais de 800 anos para outro bispo revogar esta proibição do seu Bispo antecessor. Com efeito, em 1857, o Bispo de Limburgo anulou a proibição e fez um reconhecimento oficial de seus restos mortais e escolheu como Santa padroeira da aldeia de Eibingen.